23 de fevereiro de 2019

Morador de Herval d´Oeste cria museu em casa, reunindo peças raras e históricas

Museu Alfredo Dimbarre é aberto ao público e conta com acervo instigante.




Quem passa pela rua Rua José Bonifácio e observa a casa de número 416 não imagina que lá dentro existe um tesouro em forma de conhecimento, que pode ser visitado por quem se interessar em conhecer mais sobre cinema, cultura, costumes da região, viajar pelo mundo e pelo universo através de fragmentos de meteoritos e amostras de minerais ou ainda voltar ao tempo em que nós humanos ainda não caminhávamos sobre este planeta, com fósseis de seres primitivos.

Este portal do conhecimento é um sonho que começa a ser realizado após muitos anos de planejamento por Omar Dimbarre, um colecionador apaixonado por cinema, minerais e fósseis.

"Eu sou colecionador desde criança. Tenho paixão por arte, ciências e história. Os museus nasceram na idade média através das grandes coleções da aristocracia e da igreja. Como colecionador e fã de arte, ciência e história, também nutro um grande fascínio por museus". Revela Omar.


O Museu Alfredo Dimabarre, batizado em homenagem ao pai de Omar, já começa a chamar a atenção do lado de fora, onde as plantas são o destaque, o jardim botânico mostra um pouco da rica flora da região.




No primeiro espaço no interior estão objetos muito comuns dentro de casas, mas em décadas passadas. São ferros de passar, até os que usavam brasa ou carvão para aquecer, antigos gravadores, rádio e tvs, que são uma mostra clara de como tudo evoluiu. A identificação é imediata com as casas de nossos avós. 





Exemplares de máquinas fotográficas mostram a evolução deste aparelhos.



A arqueologia está presente com peças que remetem a povos antigos do mundo. Entre os objetos estão Proto Moedas Celtas, que remontam a 700 anos Antes de Cristo (AC). Muito antes da introdução da cunhagem de moedas na antiga Europa e no Mediterrâneo, esses anéis eram usados como moeda comercial, pelos povos celtas.



Nas paredes estão algumas das maiores paixões de Omar, os cartazes de filmes clássicos, alguns muito raros. Entre eles emoldurado, o do filme The Cat´s Meow (O Mio do Gato) com o comediante Harry Langdon, original de 1924, feito em litografia, uma técnica de impressão que utiliza uma pedra calcária de grão muito fino.


Omar mostrar o raro cartaz do filme The Cat´s Meow

Chama a atenção também um espaço com Notgeld, figuras utilizadas como dinheiro de emergência, principalmente pela Alemanha e pela Áustria, durante e logo após a primeira guerra mundial, entre 1914 e 1923. "Cada município tinha o seu Notgeld e com o tempo os artistas locais que faziam o dinheiro passaram também a ver que as figuras eram colecionáveis. Algumas são verdadeiras obras de arte". Revela Omar.




Ainda no mesmo espaço está um raro exemplar, legítimo, de ingresso para o famoso festival de Woodstock, realizado entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, na cidade de Bethel, no estado de Nova York, Estados Unidos. Trinta e dois dos mais conhecidos músicos da época apresentaram-se durante um fim de semana por vezes chuvoso, para 400 mil espectadores. O curioso e ver que até as marcas de barro foram preservadas no bilhete.



Em outra sala estão os fósseis e minerais. É impossível não se encantar com a história e origem de cada um deles.

Entre tantos lá estão:


Pedaços do meteorito NWA 7831, proveniente do protoplaneta 4 Vesta, localizado no cinturão de asteroides, a cerca de 300 milhões de quilômetros da Terra, entre Marte e Júpiter, e que tem 530 quilômetros de diâmetro.



Fóssil de Trilobita Cambropalas – Lado positivo e negativo. Um dos primeiro animais a habitar os mares a 542 milhões de anos.



Dente de Mosassauro, animal que viveu há 65 milhões de anos.



Fragmento do Meteorito Santa Catharina, encontrado em 1875 em São Francisco do Sul. A teoria mais aceita pela comunidade cientifica é que ele é parte de um planeta anão, que explodiu a 140 milhões de anos.






Rosa de Pedra - resultado da acumulação de partículas de gipsita (pedra de gesso) na areia. Isto acontece graças ao processo de evaporação da água das chuvas e erosão causada pelo vento.



O museu é particular e não será cobrado ingresso. Mas para quem quiser colaborar com a manutenção do espaço haverá um sebo com gibis, livros, CDs e DVDs

Conheça:

Local: Rua José Bonifácio - 416 - Herval d'Oeste

As visitas podem ser agendadas pelo telefone (49) 99936-0290, com Omar


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Fonte: Portal Éder Luiz

12 de fevereiro de 2019

Documentário feito por joaçabenses é selecionado para ser apresentado em Festival de Cinema no Japão

Memorial à Paz, produzido há 14 anos, conta a história de sobrevivente da explosão atômica em Nagazaki, em 1945.



O documentário produzido em 2005 por alunos egressos da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), de Joaçaba foi selecionado para ser apresentado em um festival de Cinema no Japão - que ocorrerá em Nagasaki no mês de setembro.

Confira no Final da Reportagem o Documentário completo Memorial à Paz!!!

Elaborado por Rodrigo Gomes Leite, Alex Morais e Enio Brambatti, o filme tem como personagem principal Kazumi Ogawa, que foi sobrevivente da explosão atômica em Nagazaki, em 1945. Ele viveu a segunda metade de sua vida no município de Frei Rogério, antigo distrito de Curitibanos (SC), onde se tornou renomado Militante da Paz, com viagens, ações, palestras e homenagens em todo o Brasil e também exterior.


Kazumi faleceu em setembro de 2012 alguns meses após ser homenageado pela Escola de Samba Unidos do Herval, em um enredo que contou a história dos primeiros imigrantes japoneses em Santa Catarina, "Uma história Um memorial. A Unidos canta a Paz Universal".



Rodrigo Gomes Leite, um dos produtores do filme, conta que recebeu a ligação do Japão no mês de dezembro informando sobre a seleção do material pela comissão organizadora. "Fiquei surpreso, um material produzido há 14 anos ainda nos rende essa satisfação. Fui informado que fomos escolhidos entre vários do gênero histórico cultural para apresentar o material no Japão. Serão apenas dois filmes brasileiros deste formato", comemora.




A narrativa retrata a vida de Kazumi e também conta os últimos dias da Segunda Guerra Mundial, até a militância pela paz no Brasil. Na oportunidade foi produzido em razão aos 60 anos da ocorrência da catástrofe.

Um acervo raro de imagens foi reunido, em 20 minutos de vídeo e um relato emocionante da família Ogawa. Kazumi prestou um comovente depoimento, todo em japonês, sobre o momento do bombardeio, sobre o que ocorreu após o ataque e sua chegada no Brasil.


De acordo com Alex Morais, foram oito meses de produção, todo feito com equipamento emprestado. "Não foi um trabalho fácil, quando tínhamos o equipamento a disposição, o que acontecia uma vez ao mês, íamos a Frei Rogério - cerca de 145 km de Joaçaba. A estrada não era asfaltada, e também pegávamos um carro emprestado adaptado à estrada e deixávamos nossos veículos aqui. Para se ter ideia até de Variant fomos fazer as gravações", conta um dos produtores, salientando que de material bruto foram gravadas cerca de 15 horas.



Ele lembra ainda que na época em que a Unidos do Herval usou o enredo sobre o Japão, uma emissora de televisão japonesa esteve em Joaçaba para acompanhar o carnaval e os japoneses participando da folia e, em seguida, levaram à Nagasaki Kazumi Ogawa, para divulgar o documentário e a homenagem carnavalesca em entidades culturais e universidades japonesas.

No filme, os produtores mostram ainda a propriedade de Kazumi – na cidade de Frei Rogério, onde ele construiu um espaço para meditação – um museu, réplica autêntica japonesa que relembra o triste episódio das bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, uma construção imponente no alto de um morro em forma de um pássaro tsuru (pássaro da paz) denominada Memorial à Paz. Foi uma forma encontrada para homenagear os mortos no ataque e o som de um sino acalenta em meditação os imigrantes japoneses que ali residem.


Infelizmente há poucos anos, o museu sofreu um incêndio incontrolável e todo acervo Brasil / Japão foi destruído. Exceto o Sino em Bronze, original da época da Guerra e presenteado pela ONU para a família Ogawa.




Kazumi era adolescente quando perdeu a balsa que o levaria até a escola. Um descuido que lhe garantiu a vida. Em poucos segundos viu a explosão e em seguida percorreu a cidade destruída em busca de amigos e parentes sobreviventes. No Japão, é reconhecido pelos seus esforços e autoridades japonesas já estiveram em solo catarinense conhecendo o lugar e auxiliando na construção e manutenção do Parque da Paz


O documentário Memorial à Paz venceu a quarta edição do Festiva Nacional de Varginha em 2005 e foi exibido em festivais nacionais de cinema em sete estados do país e em universidades japonesas. Em 2018 foi indicado por entidades nipônicas para ser exibido em Festival de Cinema Japonês, indicado na categoria Melhor Filme Sobre o Japão, produzido fora do país de origem. O Festival acontece no segundo semestre de 2019.


O documentário venceu a quarta edição do  Festiva Nacional de Varginha em 2005:








Confira o Documentário Memorial à Paz:


 
Fotos: Divulgação

Fonte: Paula Patussi